Visconde de Taunay

sábado, 30 de outubro de 2010

     Alfredo d’Escragnolle Taunay (1843-99) nasceu no Rio de Janeiro. Bacharel em Ciências e Letras pelo Colégio Pedro II, cursou Ciências Físicas e Matemáticas na Escola Militar. Recebeu uma educação familiar de espírito e gosto, típica dos naturalistas e pintores do “pitoresco”, especialmente franceses e alemães. Essa educação lhe daria certo destaque em nosso meio literário, artístico e social.
Fez carreira militar e ingressou no curso de Engenharia militar, mas teve de interromper para participar da Guerra do Paraguai e outras campanhas. Foi promovido a cargos intimamente ligados à realeza, mas foi definitivamente reconhecido quando recebeu a “missão” de escrever o Diário do Exército (relato oficial dos militares). Seu primeiro livro, Cenas da vida brasileira (1868), surge de sua experiência na Retirada da Laguna (1867). Esse relato historiográfico trazia os fatos do episódio e as emoções de um narrador-participante. Ao retornar da guerra, publicou seu primeiro romance, A mocidade de Trajano (1870). O livro vai mais além dos moldes românticos da época: há também a preocupação política, principalmente com o problema da escravidão, já que a participação dos negros na guerra foi decisiva na derrota dos paraguaios. Sua obra-prima, Inocência (1872), consolida a maior fase de sua carreira como escritor.
Com uma vasta experiência de guerra e sertão, reproduziu com precisão o cenário sertanejo, com seus tipos humanos e normas rígidas de comportamento social e familiar, equilibrando ficção e realidade, valores da realidade bruta do sertão e românticos, linguagem culta e regional. Mesmo com um enredo sentimental, Inocência apresenta traços da prosa realista ao documentar, com a depurada sensibilidade de um pintor documentalista e espírito naturalista, a realidade presente nos sertões mato-grossenses. É nesse ponto que Taunay critica a postura de Alencar, afirmando que o romancista cearense falava da natureza mais relembrando o que havia lido que presenciado.

Obras do autor: A mocidade de Trajano (1870); Inocência (1872); Lágrimas do coração, o manuscrito de uma mulher (1873); Ouro sobre azul (1875); O encilhamento (1894); No declínio (1899).  


                  Escola Literária:
      Romantismo
                                                                  
Movimento artístico surgido nas ultimas décadas do século XVIII na Europa. Caracterizou-se como uma visão de mundo contraria ao racionalismo. O termo romântico refere-se, assim, ao movimento estético ou, em um sentido mais lato, à tendência idealista ou poética de alguém que carece de sentido objetivo. O romantismo seria dividido em três gerações: 1º geração: As características centrais do romantismo viriam a ser o lirismo, o subjetivismo, o sonho de um lado, o exagero, a busca pelo exótico e pelo inóspito de outro. 2ºgeração: Eventualmente também serão notados o pessimismo e certo gosto pela morte, religiosidade e naturalismo. A mulher era alcançada, mas a felicidade não era atingida. 3ºgeração: Seria a fase de transição para outra corrente literária, o realismo, a qual denuncia os vícios e males da sociedade, mesmo que o faça de forma enfatizada e irônica, com o intuito de pôr a descoberto realidades desconhecidas que revelam fragilidades. O romantismo é um movimento que vai contra o avanço da modernidade em termos da intensa racionalização e mecanização. É uma crítica à perda das perspectivas que fogem àquelas correlacionadas à razão. Por parte o romantismo nos mostra como bases de vida o amor e a liberdade.

                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                 

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